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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Rock de bombachas

André Pereira   
Rodrigo Blum

Um projeto audacioso que demonstra toda a musicalidade do tradicionalismo gaúcho, misturada ao bom e velho rock in roll. Essa é a proposta do Rock de Galpão, que conta com Neto Fagundes, a versatilidade da banda Estado das Coisas, participação do gaiteiro Paulinho Cardoso e a produção artística de Hique Gomes, do Tangos e Tragédias. Essa “desconstrução” da música nativista emaranhada ao rock apresenta um repertório composto por autores renomados como, Apparicio Silva Rillo, Lupicínio Rodrigues, Jayme Caetano Braun, Noel Guarany, Mário Barbará, César Passarinho, Nico e Bagre Fagundes, Vitor Ramil, José Fogaça, Elton Saldanha, entre outros.
A idéia partiu da banda Estado das Coisas que, em 2003 fazia parte do quadro de músicos fixos de uma casa noturna de Porto Alegre. Após uma apresentação com músicos convidados onde foi feita uma versão da música Wish you were here do Pink Floyd, com participação de Renato Borguetti, a casa organizou um dia da semana, onde juntava-se a banda músicos tradicionalistas. Criou-se, então, uma certa afinidade com Neto Fagundes, que passou a apresentar-se com o grupo por alguns meses até que o vocalista Thiago Ferraz, levou a ele o convite para que fizessem um show em Santo Ângelo, na Região das Missões, com o nome Rock de Galpão, apresentando releituras de clássicos da música tradicionalista gaúcha. O projeto consolidou-se, gravaram um disco independente (Rock de Galpão, 2006)  e começaram a vendê-lo nos shows agregando fãs por todas as regiões do Estado.
Hique Gomez que foi convidado para dirigir o DVD (Rock de Galpão Ao Vivo, 2010) com liberdade total. “Eu disse que entraria no projeto se eu pudesse mexer nas músicas, porque o meu trabalho é esse, música e performance.”, afirmou. Disse ainda que na sua experiência, como exemplo o Tangos e Tragédias, nunca produz um trabalho pensando na mídia, e que o Rock de Galpão ainda não expandiu para outros estados porque tem uma demanda muito grande no estado. “Quem cuida dos setores de música dos veículos, não são pessoas do meio musical e, devido a isso, geralmente não entendem o fundamento do que é proposto”, concluiu.
Um gênero de proposta semelhante criado no final da década de 60 é o samba-rock, uma fusão de samba com ritmos americanos como o jazz e o soul. Brunno Bonelli, vocalista da banda Calote Samba-Rock, afirma que a pouca valorização da mídia sobre esses projetos é reflexo de uma sociedade alienada. E deveria ser, não só valorizado, mas também incentivado. “É uma grande oportunidade para a música tradicional gaúcha mostrar sua cara, a verdadeira música gaudéria, que passa bem longe das bandas de tchê-music, e andar de mãos dadas com o rock de qualidade produzido no Rio Grande”, declarou.
Hique Gomez conta que o Rock de Galpão está progredindo e recebeu até proposta de uma emissora nacional para fazer o volume 2. “Alguns veículos do estado são incompetentes e não veem o que está do lado deles. Aí  vem um diretor de uma emissora nacional, que viu o DVD e gostou muito, e propõe fazer um volume 2 do show”, concluiu com certo desgosto.

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