Lembro de meu tempo de colégio, dos irmãos Lassalistas do Colégio São João. Sinto muito orgulho de ter estudado em uma escola onde tínhamos admiração pelos nossos professores.Muitos eram duros,ríspidos,sérios e outros jogavam bola conosco,íamos a passeios,retiros,líamos bastante e nos divertíamos muito.
Quando os caminhos da vida e escolhas me levaram a Faculdade de Biologia e um concurso público me fez professor estadual decidi seguir o exemplo daqueles professores do colégio. Pensei o que eles tinham de diferente de outros. Conclui que eles eram respeitados, admirados e elevados a exemplos de vida por um detalhe importantíssimo, entre outros tantos: dominavam o conteúdo de suas disciplinas.
É... sabiam o que estavam ensinando.Tinham na mão o conteúdo a ser ensinado.Da origem latina,grega ou hebraica da palavra até a razão de seu emprego na frase sabia o professor de Português.Da demonstração do teorema até a aplicação da formula dele gerada e os meandros lógicos para a solução de um problema de matemática eram explicados na sua íntegra.Por aí íamos aprendendo com longas provas escritas e as famigeradas provas orais que nos punham a prova de equilíbrio emocional e de conhecimento.
Não havia recuperação terapêutica ou outras figuras pedagógicas que mascaram a aprendizagem do aluno. Sabia ou não sabia.Se não sabia permanecia na série até aprender e pronto.Não havia devaneios pedagógicos para se aprender.
O resultado é que se aprendia na marra ou na vontade de aprender... Aprendia-se e não esquecíamos mais, pois até hoje todos aqueles que passaram pelos bancos escolares desta época ( e não vai tanto tempo assim) ainda lembram do que aprenderam e não ficaram sequelados mentalmente ou fisicamente.
Com 29 anos em sala de aula aprendi que o primeiro passo para o professor ser respeitado por seus alunos, pela comunidade escolar e pelos seus pares chama-se domínio de conteúdo e o segundo é boa vontade de ensinar. Depois vem todo o resto.
Autor:
Renato Hirtz
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