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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sem glamour político

Blog de coisastantasderenatohirtz :COISAS TANTAS DE RENATO HIRTZ, Sem glamour político
     Conversava um dia destes com um jovem que quer ingressar na carreira política. Já trabalhando em serviços comunitários vê a necessidade de poder legislar no âmbito municipal para conseguir realizar de forma mais eficaz os anseios de sua comunidade. Muitos projetos estão organizados na sua cabeça.
     Me dei conta é que a maioria deles eram grandiosos ou de grande impacto social.Sua vontade de acertar as coisas no seu município e na sua comunidade beiravam as raias da alucinação.Os argumentos para cada uma de suas ações são profundamente embasadas em dados técnicos e podem ser executados caso houver os tais de acordos políticos.
    Depois de ouvir suas propostas passeia comentar com ele um outro lado, um outro viés da gestão administrativa que me chama a atenção há alguns anos. O munícipe quer ver seus anseios atendidos, sejam eles individuais ou coletivos, pela administração pública de modo rápido e prático. Outra postura é que o cidadão não dá muita atenção ou valor a grandes obras pontuais,na verdade necessárias em sua grande maioria para o desenvolvimento de determinado bairro ou mesmo da cidade.O que ele quer é ver as necessidades básicas atendidas.E as vezes são pequenos detalhes que vão tornar a vida dele mais prazerosa e torna-lo mais confiante nos seus governantes.E estes detalhes não encarecem o erário público,ao contrário evitam grandes gastos ao final do processo.
     Ponderei com ele que pequenas ações tornam o ambiente onde vive os cidadãos muitas vezes são mais importantes do que grandes obras. O concerto da calçada,a lâmpada da rua queimada,a colocação da tampa de lobo que está quebrada,a colocação de uma porta na associação dos moradores,um enfermeiro há mais neste ou naquele posto de saúde,enfim conjunto de pequenas ações administrativas que são muito mais reconhecidas do que reformas ou construções de maior vulto.
   Comentei a ação de um departamento de água e esgotos que formou uma equipe de sete ou oito funcionários que numa ação sem maiores custos e evitando gastos muito mais elevados verificavam casa por casa, rua por rua, bairro por bairro as conexões de canos de água entre a rede externa e interna para localizar vazamentos de água e caso existissem solucionavam o problema imediatamente ou agendavam a sua correção. Pouparam custos com desperdício de água,omissão de pagamento de taxa de consumo de água por possíveis desvios e evitavam,desta forma,consertos mais complexos que iriam certamente onerar os cofres públicos de forma direta ou indireta.
     São pequenas ações,assim como o concerto de cadeiras na sala de espera das repartições públicas,aquele simples fio pendurado no consultório médico do posto, o vidro quebrado na escola, a poda sanitária da árvore cujos galhos caem sobre o passeio público, a placa simples com o nome das ruas, as setas de indicação de bairros tornam a cidade mais aprazível e os habitantes mais felizes.
    Poderia ficar relacionando uma série de coisas que se pode fazer num município com custos menos elevados e até,muitos deles,em parceria com o próprio cidadão ou suas associações de bairro,recebendo estes um abatimento em seus impostos prediais,por exemplo,se estabelecem compromissos de conservação da limpeza de suas ruas ou outras atividades que serviriam para desenvolver a cidadania.Há ruas de determinados bairros que os moradores fazem um verdadeiro festival de integração,aos sábados pela manhã,limpando suas calçadas e meios fios,regados a boa conversa entre um chimarrão e outro.
    Quando calei, o jovem ainda sem a marca da vivência política, propriamente dita, sorriu timidamente e concordou plenamente comigo ressaltando apenas que tudo isto era possível realizar, mas não teria o glamour político e não daria discurso nem voto a uma pretensa reeleição ou eleição.
     Coloquei minha canção e viola na sacola e mudei de assunto. 

Autor:
Renato Hirtz

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