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terça-feira, 16 de outubro de 2012

A visão de futuro: matéria prima da escola



Publicação do Instituto de Pesquisas e Administração da Educação
ISSN 1414-4778
abril de 2012

A visão de futuro: matéria prima da escola
João Roberto Moreira Alves (*)


Uma das grandes dificuldades dos educadores em todo o mundo é o de contextualizar os programas educacionais com a modernidade. A escola tem a intransferível missão de mudar a lógica da construção do conhecimento e, para isso, depende de um conjunto de fatores.
Inovar é mais importante do que reproduzir, com qualidade, o que existe. A matéria prima da escola é sua visão de futuro.
Recentes estudos mostram que existem onze mil funções na sociedade contra aproximadamente sessenta profissões oferecidas nas instituições de ensino superior. Por mais competente que seja a equipe das organizações educacionais será impossível formar cidadãos para o exercício digno em todas as atividades. Cabe-lhes o papel de proporcionar uma base sólida para que, com a aproximação dos riscos ou oportunidades, as pessoas tenham condições de enfrentarem os novos desafios.
A transformação do universo e, consequentemente, de seus habitantes, ocorre em ritmo acelerado, indo muito além dos tradicionais projetos pedagógicos implantados nos estabelecimentos de ensino.
O tempo de formação dos jovens foi reduzido com o aumento das tecnologias.
A obsolescência das profissões é extraordinariamente rápida, exigindo um processo de educação continuada, especialmente em níveis médio e superior. Será impossível um ser humano passar sua vida com uma única profissão. Felizmente o tempo de nossa passagem na terra vem aumentando, graças ao progresso das ciências da saúde, mas, em contrapartida, há de existir um sistema de educação continuada, proporcionando novas habilidades para todos os que não se conformarem em ficar à margem da universalização do saber.
O conhecimento hoje é o grande capital humano.
A escola deixou de ser “lecionadora” e passou a ser “gestora do conhecimento”.
A educação tornou-se estratégia para o desenvolvimento, mas, para isso, não basta modernizá-la e sim transformá-la profundamente. Diversos estudos dentro dessa linha vêm sendo realizados e muitos desses princípios estão contidos em trabalhos de Ladislau Dowbor e Moacir Gadotti, renomados cientistas sociais da atualidade.
O tempo de formação dos jovens foi reduzido com o aumento das tecnologias.
A obsolescência das profissões é extraordinariamente rápida, exigindo um processo de educação continuada, especialmente em níveis médio e superior.
Será impossível um ser humano passar sua vida com uma única profissão. Felizmente o tempo de nossa passagem na terra vem aumentando, graças ao progresso das ciências da saúde, mas, em contrapartida, há de existir um sistema de educação continuada, proporcionando novas habilidades para todos os que não se conformarem em ficar à margem da universalização do saber.
Mas, para que isso ocorra é preciso um conjunto de medidas que vão desde a formação de um novo professor, para uma nova escola, num novo tempo, até os fortes investimentos em tecnologia.
Um fator determinante é a necessidade de haver uma menor interferência do Poder Público nas unidades educacionais. A liberdade de construção do projeto pedagógico, já assegurada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é essencial para que os programas possam ser ajustados às realidades regionais e aos anseios da sociedade.
Tentar fazer um currículo único na educação básica é um grande erro. O Brasil já viu esse “filme” no ensino superior com os famigerados “currículos mínimo” para os cursos de graduação (que, na verdade, eram os currículos máximos adotados na maioria das universidades e faculdades das décadas de 70 e 80). Sabemos que as cidades brasileiras levarão ainda muito tempo para chegar aos níveis de conexão com o mundo, como acontece hoje em Seul, a cidade mais avançada do mundo. Na Coreia do Sul (onde quase 100% das casas tem internet, sendo 91% com banda larga) o currículo escolar será totalmente digital já em 2015.
Os livros didáticos – a exemplo do que acontece também em outros países industrializados – já são digitais.
Aliás, os “e-books” já chegaram para ficar no Brasil, muito embora suas vendas reduzidas no mercado editorial nacional, representando a apenas 0,2% do total das transações. A chegada, em definitivo, de tecnologias modernas aplicáveis à educação permitem a democratização da educação de qualidade.Não queremos falar exclusivamente no sistema de aprendizagem a distância que é uma realidade no mundo desde a primeira metade do século 19 e no Brasil desde o inicio do século 20, mas também do uso dos novos sistemas na educação presencial.Muitas escolas brasileiras já incorporaram ao seu dia a dia os recursos computacionais. A internet já é uma excelente realidade em milhares de municípios e muitos gestores de políticas públicas vêm se esforçando para alocar recursos para compra de equipamentos, sistemas e capacitação dos profissionais da educação para saberem lidar com o progresso nas salas de aula.
A educação a distância é uma metodologia que tem a grande vantagem de possibilitar o desenvolvimento do saber nas mais longínquas localidades ou em grupos sociais à margem das escolas convencionais. O futuro é predominantemente digital, embora não se possam deixar de lado os tradicionais meios de ensino. As tecnologias não são substitutas, mas complementares e a chegada de novas ferramentas não eliminam totalmente as anteriormente usadas. Um estudo mostra que já em 2012 o número de dispositivos móveis (tablets e celulares, em especial), já supera a população do planeta, estimado em sete bilhões de pessoas. A previsão é que em 2016 haverá 1,37 equipamentos per capita. Serão mais de dez bilhões de aparelhos móveis conectados no mundo.
O Brasil já conta com 258 milhões de usuários de celulares e praticamente todos os estudantes já possuem seus telefones com alta tecnologia que podem ser utilizados como instrumento também de aprendizagem. Cabe aos educadores criarem conteúdos transmissíveis pelos novos equipamentos. Mas, até que ponto, a tecnologia deve ser prioridade na educação?Essa resposta deve ser dada pela comunidade escolar, no âmbito de seus estabelecimentos. É absolutamente irracional pensar-se em um modelo único aplicável às mais de 220.000 escolas brasileiras, onde estudam cerca de 60.000.000 de pessoas e contam com 2.500.000 profissionais em atuação. A tecnologia por si só não faz milagres, mas ajuda significativamente.
Transformar o papel da escola, dando-lhe uma visão sistêmica de futuro, é tarefa inadiável e que depende de todos nós.


(*) Presidente do Instituto de Pesquisas e Administração em Educação


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