ESTE BLOG É NOSSO



Este blog tem como marco referencial a Educação.
O objetivo é ser uma fonte de informação,atualização,dicas,ponto de partida para consultas, reflexões, comentários, colaborações, histórias e causos que giram em torno do ensino, da aprendizagem, de toda a sua dinâmica e de fatos correlatos que influenciam todo este processo de alguma forma.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Neo-escravatura* da sociedade brasileira

                   Dificilmente me intrometo nesses assuntos sobre política e ciências sociais, pois de forma geral, são coisas que compreendo mas não me acho competente para debater, argumentar ou opinar.
           Assistindo uma tal disciplina na universidade, certas colocações do professor me fizeram viajar. Um daqueles momentos que você ouve falar sobre a agulha e seus pensamentos o levam até o bordado pronto. Não recordo exatamente sobre o quê era tratado, mas refleti de tal forma a chegar a uma conclusão interessante. A escravidão que antes era de soberania étnica agora é de soberania econômico-social.
             Um breve resumo da sociedade da época: Os senhores das terras, ricos, poderosos, escravizavam uma grande quantidade de negros que trabalhavam para eles e os faziam mais ricos e poderosos. Uma pequena fatia de pessoas eram os que mantinham a ordem subordinados aos senhores e baixando a porrada nos escravos para que as leis impostas pelos senhores, mas que não se aplicava a eles, fossem cumpridas rigorosamente. Assim dá pra ter uma prévia idéia de como era.
            Agora, se mudarmos os termos “Senhores das Terras” ou “Senhores” por Governantes e “Escravos” ou “Negros” por Cidadãos, não é uma reflexão da sociedade atual?
     Os senhores forneciam aos seus escravos os recursos básicos para que eles conseguissem se manter vivos para mais um dia de trabalho. Nosso salário mínimo é o suficiente só para sobreviver e mais nada. Não lhe permite alugar uma casa, pagar todas as contas de luz, água, IPTU, cesta básica e nem pense em vestir-se ou comprar um telefone celular. Resumindo: do salário mínimo, 65%(chutando) são impostos que pagamos para deixar os Governantes mais ricos e poderosos.
           Pensem que se na época da escravidão, se um negro roubasse um colar da esposa de um Senhor, ele simplesmente era assassinado, da forma mais perversa e dolorosa possível. Já se o Senhor roubasse algum bem de um escravo, estuprasse sua esposa, sua filha, etc, nada acontecia. Hoje, se eu roubar R$ 0,15 do orçamento de um município, de uma empresa, de um prefeito ou do mercadinho da esquina eu vou preso com todo o pesar da lei. Eu me pergunto qual é a bendita diferença de eu roubar um banco, um local onde está guardado um dinheiro que não é meu, e de um político desviar verbas públicas da saúde, um dinheiro que não é dele, para a sua conta em um banco na Suiça?
        Ou eu sou um imbecil, ou só eu que estou percebendo que somos escravos das leis, da constituição, dos gestores públicos, dos grandes empresários, entre tantos outros. Quem se dá bem nessa história, deixando claro que eles não são culpados pois como todos os seres eles precisam de recursos, são os funcionários públicos. Uma pequena fatia de pessoas que mantém a ordem, são bem remunerados e devido a isso, fingem não ver e são coniventes com as injustiças e trapaças cometidas pelos governantes. Eles sabem, eles vêem mas eles não fazem e vão continuar não fazendo nada pois eles também precisão viver.  
       Achou toda essa afirmação idiota? Há uma única diferença entre as duas épocas. Os negros não podiam escolher os seus senhores, nem o trabalho que fariam, etc. Não tinham nenhuma liberdade. Nós, temos liberdade, por mais precária que seja, e ainda temos a maior vantagem de todas, que é o PODER DA ESCOLHA. Imaginem os Negros fazendo uma paralisação pedindo salário fixo, redução de carga horária e melhores condições trabalhistas. Seria uma chacina. Nos temos essa possibilidade, podemos ir para a rua fazer passeatas, chutar o balde.  Não adianta ter liberdade, se for para ficar em casa esperando o mundo mudar e as coisas acontecerem.
          A história se repete, sempre.
 
*Depois de escrever o título descobri que o termo já existia e tem alguns textos sobre.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário