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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Educação no Brasil é de gritar de dor

Por Ivone Boechat
Analisando com olhos pedagógicos a situação educacional do Brasil dá para chorar e prantear e gritar de dor pelos milhões de jovens que conseguem ultrapassar todo tipo de barreira e entrar nas instituições escolares. Dói, mas dói muito, ver como os estudantes ainda acreditam no poder da Escola e ter pleno conhecimento da imensa decepção que logo, logo os assola! Eles chegam eufóricos, sim, porque mesmo quando é "gratuito", não sai barato. É caro, muito caro, para entrar.
Aí começam as aberrações: todo mundo é burro, todo mundo é malandro, todo mundo é violento... Nós, educadores, sabemos que: todo mundo quer estudar, todo mundo quer aprender, pode-se vencer a violência... E ninguém venha dizer que só os pobres sofrem, porque a Escola é Pública, os professores ganham pouco, os recursos são escassos. Não! O sofrimento é geral!
O Brasil tinha a mesma taxa de repetência do Burundi e Congo
No Brasil, a palavra organizado só é usada para o crime: crime organizado. É muita bala perdida! Há brasileiros perdidos também! Votos perdidos e verbas perdidas...
Os métodos de alfabetização no Brasil andam na contra-mão.
Cerca de 24% dos alunos do ensino fundamental das escolas brasileiras são obrigados a repetir de série pelo menos um ano - a maior proporção de toda a América Latina.
A Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura informa que a taxa de repetência de primeira a quarta série no Brasil é pior do que a do Camboja (Ásia) e equivalente à de países como Moçambique e Eritréia (África).
No Ensino Médio, entre 1998 e 1999, a taxa de repetência estava em 17,2%.
Em 2001, a Unesco comparou 107 países, o Brasil tinha a mesma taxa de repetência do Burundi e Congo: 25%.
O MEC gasta R$ 7 bilhões por ano com repetência no ensino fundamental.
Além de campeões de repetência, ficamos nos últimos lugares do Pisa - Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
A UNESCO considerou 45 países, cujos índices de repetência são superiores a 10%. O Brasil, com taxa de 21% está entre 15 países, a maioria da África e do Caribe.
Camboja, 11%, Haiti, 16%, Ruanda, 19%, Chile, 2%, Argentina, 6%. Brasil, Indonésia e Tunísia, estão entre os que têm os menores níveis de conhecimento em matemática do mundo.
A taxa de evasão, que em 1997 estava em 5,2%, aumentou para 8,3% em 2001. Nos cursos noturnos, essa proporção chega a 35%.
Os alunos mais ricos do Brasil têm desempenho inferior ao dos ricos da Espanha, EUA, Rússia, França, Portugal, Coréia do Sul e México.
Somente 27,6% dos alunos da rede privada que fizeram as provas de matemática e de língua portuguesa tiveram desempenho considerado adequado pelo Ministério da Educação.
Somente 3,7% dos alunos das escolas públicas se saíram bem no teste de língua portuguesa e 2,1% no teste de matemática.
Pasmem! Segundo o professor Célio da Cunha, assessor para a área da educação da Unesco no Brasil: "O alto índice de fracasso é a falta de condições para o professor. Eles não estão preparados para ensinar alunos com dificuldades socioeconômicas".
O Brasil tem 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência: 176.067 surdos, 159.824 cegos, 6,59 milhões dificuldades físicas motoras. Cerca de 15% da população brasileira apresenta alguma deficiência física, mental ou dificuldade para enxergar, ouvir ou locomover-se. Existe Escola especial para eles?
Em meio a tantas coisas perdidas, só não pode existir educadores perdidos!
(Ivone Boechat é leitora do Globo Online)

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