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Este blog tem como marco referencial a Educação.
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terça-feira, 5 de junho de 2012

O efeito zapping na Educação


                Depois da geração Y dos anos 70/80 surge a partir dos anos 90 a geração Zapping. Sendo uma nova forma de entrar em contato com o conhecimento e,por conseqüência ,  manter uma relação interpessoal diferente coloca-se como um desafio não só aos educadores como também ao mercado de trabalho.
         Numa ascensão extraordinária estes jovens entram em contato com uma enorme facilidade com um uma carga violenta de informações gerada pelo avanço da tecnologia que reúne de forma inesgotável conhecimentos muito dinâmicos sobre todos os ramos da atividade humana inclusive em relação aos seus contatos interpessoais. Alguns estudiosos e especialistas no assunto tratam esta nova forma de crescimento  quase insidioso como um problema complexo de analisar  onde uma avalanche de dados são colocados diante do alunado ou mesmo de profissionais. Outros comparam esta condição ao surgimento do iluminismo, do renascimento e de outras tantas revoluções culturais em que o conhecimento ,antes de domínio restrito,passa a ser de acesso público.
      Explicando melhor, a geração zapping é aquela cujo berço foi praticamente um computador, com um controle remoto de TV como brinquedo, cresceu curtindo pequenos aparelhos eletrônicos, descobriu os games, manipulou muito cedo um celular e teve que aprender a conviver e dominar o avanço tecnológico voraz e veloz. Eles fazem parte de uma comunidade que está conectada num turbilhão de informações que se somam numa rapidez incrível, imediatas e que envolvem o mundo inteiro. Eles são peritos em zappear informações minuto a minuto. Agem como um fã ardoroso de televisão que alterna de canais a todo o momento. Na realidade ele está procurando programas que lhe interessam ou chamem sua atenção.
         A grande preocupação dos pesquisadores, dos educadores e de pessoas envolvidas em recursos humanos não é a quantidade de informações que este indivíduo entra em contato. A questão é da forma como estas informações são codificadas e decodificadas. É a maneira como este indivíduo trabalha e usa destes verdadeiros bancos de dados infinitos de informações quando entra no game da vida real e tem que produzir dentro do mercado de trabalho.
       Até a algum tempo, o máximo que tínhamos eram os gravadores, o vídeo - tapes e algumas formas de reprisar uma informação. Claro, além dos livros que trazem uma informação estática, na visão dos dias de hoje. A atenção aos noticiários, por exemplo, deveriam ser acompanhados de muita atenção e anotações para não perdermos o famoso “fio da meada”. Não havia muitas alternativas de retomada de informações.Fatos ocorriam e não podiam ser repetidos. Experiências e transformações não podiam ser reconstituídas. Tudo isto levava a uma maior concentração diante de novos conhecimentos. Hoje o conhecimento passa a ser facetado e superficial.O aprofundamento das questões que envolvem novos conhecimentos são rápidos e focados no imediatismo da informação. A síntese de muitos dados que se colocam a nossa frente de forma imediata e simultânea gera um novo tipo de pensar o mundo. É uma forma intensa e infinita provocando alternâncias de escolhas  que chamam a atenção ou que são mais interessantes. Fragmentadas estes dados o educando torna-se suscetível aos apelos da globalização, zappeando ,por conseqüência para aquilo que lhe é satisfatório. Desta forma traz para suas relações pessoais o mesmo efeito do zapping. Ao se colocarem diante de uma situação problema, algo desinteressante ou não apaixonante partem em busca em busca de outra informação mais interessante. Partem do princípio de que podem tudo e de tudo se livrar ao simples toque de um botão ou de uma tecla. Na escolha da profissão, no mercado de trabalho e nas suas relações amorosas, inconscientemente, ocorre às mesmas coisas. Tornou-se desinteressante certamentente ocorrerá uma troca de canal.
         E como lidar com tudo isto? Voltamos a bater na mesma tecla. O acompanhamento familiar. Tomar contato com toda a tecnologia é importantíssimo, mas regrar o uso e a forma como, principalmente a internet pé usada é de importância vital.Isto dá trabalho, mas a educação começa no primeiro ano de vida. Os pais devem analisar com que profundidade e entendimento seus filhos estão usando todo este manancial da Internet. Não devem deixa-la como babá de seus pimpolhos como foi a TV nas gerações anteriores. Mesmo com todo o avanço não podemos esquecer que esta geração Z inicia sua história de vida com fragilidade de conhecimento e de discernimento do certo e do errado. Do real e irreal.Esta geração é impelida a estabelecer relações interpessoais com um grande número de “amigos”, de “seguidores” e de “fãs” pois participam das redes sociais desde muito novinhos. Há vantagens e desvantagens neste processo. A vantagem é saber lidar com as diferenças e divergências. Um fator nocivo é que introspectam a capacidade de livrar-se, de bloquear ou eliminar o grupo, tribo ou contato como num passe de mágica se estes não apresentarem mais interesse ou deixarem ser coniventes com seus princípios .Perdem rapidamente a ideologia familiar ou a adquirem uma ideologia de grupo. Nem sempre estes grupos são tão interessantes ou produtivos para a sociedade. Passam a pensar como coletivo e muitas vezes perdem sua individualidade.É papel dos pais iniciar todo um trabalho de conscientização dos valores individuais e coletivos já na primeira infância, do direito de sua individualidade, da participação em grupos e ter seguidores produtivos. A continuidade deste processo se dará na escola que através da escolarização e da educação deste indivíduo, pois educação é um processo de construção. O professor não tem uma varinha mágica para descobrir as potencialidades existentes no adolescente. Pais e educandos esperam da escola aquilo o mesmo efeito Zapping quando deixam sob a responsabilidade da instituição de ensino expectativas uma solução rápida, imediata e idealizada por eles para seu filho. Os educando devem pensar seriamente sobre esta nova forma de aquisição de conhecimento e como lidar produtivamente com ele para auxiliar o educando na descoberta de sua identidade, de suas habilidades, seus gostos e suas preferências. Deve ensinar que na vida sempre há escolhas e que não podemos fazer zapping de todas as situações que nos incomodam. Pais e escola diante de tantas opções inebriantes devem buscar formas para seus pupilos entenderem que a frustração é algo inerente ao seu caminhar pela vida.
Muito antes do conteúdo (ele está ao alcance de suas mãos, já falamos) o educando necessita orientações e técnicas para aprofundar o entendimento deste mundo de informações e, a saber, lidar com situações problemas que se apresentarão quando ultrapassar os portões de sua escola.
(Renato Hirtz – junho de 2012)

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