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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Gestar


Gestar

Revendo “meus guardados” encontrei todo o material de um projeto que desenvolvi em uma escola que trabalhei, em Porto Alegre.
            Sou adepto convicto da educação por projetos e por compartilhamento de informações e experiências. Este tipo de atividade agrega valor ao conhecimento e desenvolve a capacidade do indivíduo de saber transitar de forma mais adequada nas suas relações interdisciplinares.
Dentro de minha escola, além de exercer minhas funções como professor, e por uma série de acontecimentos particulares me propus a ir mais além. Contribuir com algo mais. Uma boa parte de nossos alunos apresentava problemas característicos da adolescência ou da idade madura que prejudicavam sua autoestima,principalmente. O Serviço de Orientação Educacional com um único profissional para atender a mais de mil alunos não tinha outra forma do que ater-se aos casos mais complicados. Saí em busca de material que me subsidiasse para colocar em prática um projeto que auxiliasse nossos alunos. Adaptei várias técnicas de grupos de autoajuda e idealizei o que chamei de Gestar (Grupo de Estudo e AutoAjuda Renovação). Com apoio da Direção da Escola,numa das salas de  aula,iniciamos as atividades do grupo.
No início, ainda sem credibilidade, com um grupo reduzido, mas assíduo, começamos as reuniões. Ao longo de dois anos de existência o “grupo” se manteve forte. Com uma assiduidade variável ( dependendo do estado de espírito de cada um ) obteve resultados muito positivos direta ou indiretamente. Notoriamente a mudança de comportamento dos participantes diante de seus problemas do dia-a-dia estabeleceu a certeza de que esta atividade era produtiva.
Com o objetivo de oportunizar e promover em cada participante a autoestima, a autovalorização, a descoberta de suas potencialidades e de suas falhas como indivíduo, com a idéia firme de que devemos “viver só por hoje realizando tudo com a maior perfeição como se tudo isto dependesse a continuidade da minha vida amanhã.”. Foi estabelecido um código de postura rígido (para os participantes e visitantes) e procedimentos para realizar as reuniões. O “grupo” se encontrava uma vez por semana, numa atividade que durava não mais de duas horas de atividade. Ao final de cada reunião sem eles sentirem  criava-se numa verdadeira integração familiar. Um passava a tutelar as ações do outro ao longo da semana.
Já encontrei muito deles. Hoje,com família constituída e profissão definida seguem sua vida e guardam na memória nossas reuniões. Isto vem mostrar que muito mais do que grandes transformações na educação, radicais mudanças de currículo e coisas do gênero não trazem efeitos tão desejados. O aluno do ensino médio,principalmente, quer aprender. Ele quer aprender a viver, a resolver os problemas que lhe incomodam, a livrar-se de suas angústias e ter entendimento do seu momento de vida. Escolarizar se torna muito mais fácil quando tudo isto fica sob controle do jovem. Nós somos assim, mesmo com toda a experiência acumulada.
É muito difícil trabalhar com o aluno, até mesmo de nível superior que está numa transição tentando adquirir uma identidade seja como pessoa ou como profissional. O processo educacional que deveria ser iniciado em casa, desde o berço, chega a escola sem o embasamento familiar. Há todo um contexto onde família, escola, educador e educando se vêem envolvidos. É o famoso efeito “zapping”. Tudo deve ser muito rápido. Todos os processos são executados de forma imediatista e simultânea sem detalhadas explicações, sem muita orientação e com pouca conversa. O que importa é o resultado e não interessa quem gerará este resultado. Como conseqüência a instituição educacional fica diante de indivíduos com educação e cultura (não me refiro a escolarização) aquém do  exigido para o nível de ensino que estivermos considerando.(Renato Hirtz – maio 2012).

P.S.: Grande abraço à Andréia Tais Fonseca, Alexandre Brandão, Anahy de Vargas Ribeiro, Fábio Augusto Alves Barbosa, Fernanda Glinka, Márcia Greff Demétrio, Mirele Rosa dos Quadros, Vanderley Silva Rodrigues, Vanessa Casanova Silveira, Vanessa de Souza, Vinícius dos Santos Estima. Este grupo ajudou a levar em frente o projeto acima descrito.


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