O calendário marcava o dia 31 de outubro do ano de
1517, véspera do feriado de Todos os Santos.
Na entrada da imponente Igreja do Paço, na cidade
Wittenberg, situada bem no centro da Alemanha, um homem de estatura média,
vestido em trajes de monge, aparentava um pouco mais de 30 anos, fixava algumas
folhas de papel na tábua do portal destinada a anúncios acadêmicos.
Os transeuntes, não pareciam ligar muito para
atitude do monge; alguns o conheciam, sabendo que se tratava do professor e
padre Martim Lutero, docente de Estudos da Bíblia na universidade recentemente
fundada em Wittenberg: Devia ser coisa de padre ou de professor.
Para os que estavam mais por dentro, talvez tenham
entendido logo que o professor estava fixando naquela tábua uma série de teses
teológicas, desafiando os colegas docentes e os estudantes a discutirem com ele
as colocações feitas nas teses, numa data previamente marcada.
Sabia-se que elaborar teses e defênde-las em
ambiente acadêmico era direito e dever de cada professor da universidade. Era o
que estava realmente acontecendo: o professor Martim Lutero acabara de expor ao
público as 95 teses sobre uma prática comum da igreja de então: A prática de
concessão de indulgências, isto é, do perdão de punições da igreja. Alguns
meses antes, Lutero já havia mandado cartas a 2 bispos relacionados com aquela
prática.
Como os bispos nem haviam respondido suas cartas,
ele resolvera via a público. As teses sem demora forma copiadas por leitores
entusiasmados, e logo passaram a ser impressos e multiplicadas pelas máquinas
que Gutenberg tinha inventado 70 anos antes.
No decorrer de 2 meses, a Alemanha foi inundada por milhares e milhares de exemplares daquele escrito evidentemente revolucionário. Mais 2 meses, e traduções das teses para outras línguas européias tinham sido espalhadas em todos os recantos do continente.
No decorrer de 2 meses, a Alemanha foi inundada por milhares e milhares de exemplares daquele escrito evidentemente revolucionário. Mais 2 meses, e traduções das teses para outras línguas européias tinham sido espalhadas em todos os recantos do continente.
Parece uma coisa improvável: Uma série de teses
acadêmicas, no decorrer de algumas semanas se transforma em assunto de conversa
tanto do povo nas ruas, como também dos nobres nos palácios e dos teólogos nos
templos e nos mosteiros!Como muitos teólogos, Martim Lutero discordava de
algumas práticas eclesiásticas difundidas no clero e no povo.
Mas entendia que o papel da teologia era justamente
de fazer valer a verdade expressa na Bíblia e nas boas tradições da igreja,
ajudando o papa a manter a igreja no caminho certo. Ele próprio havia jurado
fidelidade á Bíblia, ao ser investido com o doutorado em Teologia, e estava decidido
a cumprir o juramento, a serviço de Deus e a igreja.
Assim ele resolveu enfrentar a prática de certos
pregadores, que vinham alvoroçando o povo com suas pregações interesseiras e
inescrupulosas. Ele na era o único a condenar a atividade dos que apregoavam as
“indulgências”, mas era o único teólogo que decidiu abrir a boca e voltar-se
com a decisão contra uma prática que sabia incompatível com o Evangelho de
Jesus Cristo.
Aquele ato nada extraordinário do monge Martim
Lutero, viria a desencadear uma avalanche sem precedentes na história
espiritual, cultural, social econômica e política da Europa, como também em
grande parte do mundo de então. Abalaria a Igreja Católica, desencadeando o
movimento da Reforma.
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies/1939846-dia-da-reforma-lutero/#ixzz2AroxRomP
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