A barca dos meus sentidos
Voga, com remos perdidos,
Por este mar sem ruídos —
Voga, com remos perdidos,
Por este mar sem ruídos —
Por este mar sem plagas
Cujas doloridas vagas
Ó tédio vão, tu afagas;
Cujas doloridas vagas
Ó tédio vão, tu afagas;
À sombra da minha prece
Minha alegria fenece
E além o sol da alma desce
Minha alegria fenece
E além o sol da alma desce
Crepúsculo interior
Alma sem nexo e sem cor
Sem ter vida nem amor...
Alma sem nexo e sem cor
Sem ter vida nem amor...
Voga sem remos nem velas,
Por este mar sem procelas,
Sob este céu sem estrelas,...
Por este mar sem procelas,
Sob este céu sem estrelas,...
Voga com perdidos remos
Por este mar onde temos
que perdemos.
Por este mar onde temos
que perdemos.
Cinza de ociosa incerteza
Que quer seja ou não seja
E não usa ter tristeza;
Que quer seja ou não seja
E não usa ter tristeza;
Que não tem força p’ra ter
Tédio que seja viver
E nem anseia morrer.
Tédio que seja viver
E nem anseia morrer.
espaço deixado em branco pelo autor...
17 - 12 - 1912
In Poesia 1902-1917 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
In Poesia 1902-1917 , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
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